sexta-feira, 8 de abril de 2011

Sanando

Depois de um fatigado dia de aula e muita leitura, tudo o que quero é um pouco de alienação, e encontro isso em larga escala na TV brasileira. E lá estava eu só de toalha em meu sofá ainda com o gosto do jantar na boca, quando vi uma cena em "Morde e Assopra" que me fez refletir. A velha, mãe do Abner (Marcos Pasquim), fala pra ele que não é impossível pôr um sentimento de lado. Ele pergunta a ela se ela já o fez. Ela diz que sim. Que teve um amor, mas que não deu certo, então, ela pôs esse sentimento de lado e foi muito feliz com outro homem. No entanto, aquele sentimento da juventude não tinha sido esquecido, até hoje estava guardado numa caixinha trancada à chave muito bem escondida em seu coração. E pensei: Acho que o mesmo acontecerá comigo.

Acredito que eu ainda serei muito feliz em outros relacionamentos, tenha muitas experiências, mas que ainda velhinho aquele sentimento esteja guardado no meu peito, que na boca ainda haja o gosto saudade e na mente perguntas que nunca foram respondidas por você. Já retirei muito desse sentimento de mim, mas ele nunca se esgota. Já tive a sensação de que não encontraria ninguém melhor e me enganei, mas é que agora é diferente, a cada dia isso se concretiza. Não consigo ver ninguém com os olhos que eu via você, não consigo desejar ninguém como eu te desejava, até antes mesmo de nos tornamos amigos. Acho todo mundo desinteressante, vazio, infantil. E é nessas horas em que a saudade tá querendo golpear meu coração, que uma vozinha sopra no meu ouvido os momentos de decepção que eu tive com você, cada ilusão.

E isso pesa, pesa muito. Sabe qual a frase que me vem à mente que me faz esquecer tudo que me traz alegria quanto a nós dois? "Não tem futuro, não". É bem verdade que não vi você dizendo isso pessoalmente, mas na minha mente, eu vejo nitidamente sua expressão fácil, seus gestos... E percebo que não fomos feitos um pro outro. O que tive foi sorte de conviver com você em uma boa fase sua. Só isso. Fase essa que por mim duraria até hoje, mas isso não vem ao caso. Seja como for, meu coração retalhado tem cicatrizado-se muito bem. E logo, logo, estará pronto para ser golpeado por outro alguém que dirá que me ama, que quer ficar velhinho ao meu lado, que não existe namorado melhor que eu nesse mundo, que quando ver meu sorriso pela manhã é quando realmente acorda, dentre tantas outras sentenças que não são necessárias serem citadas e que vão me iludir como se eu fosse um principiante nesse assunto.

Triste? Não mesmo. Estou mais é ansioso para que esse ciclo se repita e me deixe bobo de novo. Quero mais é me perder nas fantasias do amor e sentir de novo todas aquelas toxinas de estar apaixonado. Convenhamos, ô troço bom, hein?

Nenhum comentário:

Postar um comentário