Onde está minha armadura? O que você fez com ela? Onde a colocou? Não percebe o mal que causa a mim? Preciso dela para me proteger do sentimentalismo barato, das promessas malditas, do romantismo desmesurado... De tudo aquilo que feriu e iludiu meu coração. Coração este que depois que você o desocupou, tornou-se uma bacia sedimentar. Sedimentos de mágoas depositados por você. O que quero é vestir minha armadura para me sentir seguro, protegido e temido, como era antes de te conhecer. Passar de novo a imagem de insensível, desalmado e até grosso.
Não gosto de me sentir vulnerável. E foi exatamente isso que você fez comigo ao arrancá-la para que eu corespondesse ao seu amor. Você me deixou vulnerável ao sofrimento de ser esquecido, ao amor não mais correspondido, as lembranças do teu perfume que sempre sinto ao abrir as portas do meu guarda-roupa, as músicas que dizíamos ser nossas. Não me arrependo, não voltaria atrás, pois foi tudo ótimo, pelo menos pra mim, durante o tempo em que ficamos juntos. Só quero minha armadura de volta. Devolva-me, por favor.
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