sábado, 9 de abril de 2011
Aula, depressão, chuva, cinema, troca de olhares, sacanagem, gente bonita...
Ás 6:30 de pé, café da manhã, aula de matemática, biologia, história e, por fim, português. Foi assim que meu dia começou hoje. Na sala mais de 60 alunos e eu me sentindo a pessoa mais solitária do mundo. Esforçava-me pra absorver algo que os professores diziam, mas não estava fácil, minha cabeça rodopiava com idéias, planos, frases elaboradas. Não sei se melhorei quando ouvi sua voz ou se só fingi muito bem que estava bem, que enganei até a mim mesmo. Concluí que as coisas mudaram. Em essencial, no fato de quem é o solitário.
Você costuma dizer que só tem a mim e que tem que me dividir com muita gente, mas eu discordo. Você tem sua amiga interestadual que se disponibiliza a conversar com você quando você não está bem. Que te diverte, mima-te. E eu? Tenho a quem? Quem é que me liga pra saber se eu tô bem? Quem é que percebe que eu tô mal, mesmo que eu juro de pé junto que eu estou bem? Quem é que se interessa pela minha vida? Até onde eu sei, ninguém além de você. Hora do almoço: todos os grupinhos formados pra almoçarem juntos nas mesas, e eu ali com o prato na mão sozinho sem ter onde sentar e com quem almoçar. Pra completar não tinha faca. ODEIO COMER SEM FACA!Guardei o almoço na mochila pra dar pra algum menino de rua mais tarde. Melhor a fazer era ir ao cinema.
E foi isso que fiz. Não encontrei uma criança nos semáforos pra dar meu almoço. Onde eles foram parar? O governo tá "limpando" a cidade? Não duvido nada, já que as avenidas por onde passei são da área nobre da cidade. "Sexo Sem Compromisso" com Natalie Portman e Ashton Kutcher e "Rio", animação que retrata a "cidade maravilhosa" foram os filmes escolhidos. Sala relativamente vazia, filme sobre amigos que resolvem ser adeptos do sexo casual, eu sozinho... Claro que me senti mal, né? Lembrava de outros momentos naquele cinema, lembrava-me de quem se recusou a assistir ao filme comigo, lembrava também que ela devia estar se divertindo naquele momento e que eu não podia achar isso ruim. Tudo, menos egoísmo naquele momento.
Não chorei, mas tremia de frio. É um filme divertido e tocante. Vale muito a pena. Depois do "felizes para sempre", fui correndo pra sala 8 assistir ao "Rio". A sala que suponho ser a maior do cinema, estava florida de crianças, óbvio. Achei o filme genial. Muito verossímil. As músicas muito divertidas, o cenário carioca retratado com precisão e as dificuldades de um casal de araras-azuis, quase extintos, em se separarem (quanto às correntes) e ficarem juntos (quanto ao amor) é o que nos prende a atenção do começo ao fimdo filme. E tudo, é claro, com muito humor. Achei o bulldog um fofo. Sim, chorei. Estranho, eu sei. Não chorei com o de comédia romântica, mas chorei com o de animação. Fazer o que? Ando tão à flor da pele que qualquer animação me faz chorar (risos).
Tava super apertado, então, fui ao banheiro. Troca de olhares básica. Outro ajeitando o que não devia em frente ao espelho... Disse a mim mesmo: "Aí tem coisa." Mas saí pra tentar entrar escondido em alguma sala, não queria ir pra casa. Passei uns cinco minutos hesitando penetrar ou não, até que fui ao banheiro de novo. Sem segundas intenções, juro. Agora, vazio, só com o carinha na cabine, que abriu a porta quando me ouviu entrar. E o outro tava em outra cabine. Ambos com as mãos ocupadas. Acho que o adoslescente inconsequente que só pensa com a cabeça de baixo nunca vai deixar de existir em mim.
Dei umas voltas pelo shopping, experimentei algumas roupas e vi dezenas de casais apaixonados e ricos. Com o avanço tecnológico existente hoje, já deviam ter elaborado um óculos que impessa pessoas solteiras e com dor de cotovelo de verem casais felizes e apaixonados. Mas até que foi bom, reorganizei meus pensamentos e me distraí.. Voltei pra casa, aluguei um filme, passei horas ao telefone com um amigo que tem se sentindo tão sozinho quanto eu e agora a madrugada me aguarda. Boa noite. Zzzzz
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